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Convento dos Capuchos

Convento dos Capuchos

A última vontade de um nobre, de ilustre ascendência e brilhante carreira militar no Oriente, promoveu a construção de um convento franciscano situado em plena serra de Sintra, em contacto direto com a natureza e de acordo com uma filosofia de extremo despojamento arquitetónico e decorativo

D. João de Castro
© Biblioteca Nacional de Portugal

O Convento dos Capuchos, também conhecido como “Convento da Cortiça”, foi fundado em 1560 por D. Álvaro de Castro, conselheiro de Estado do rei D. Sebastião, com o nome de Convento de Santa Cruz da Serra de Sintra, e entregue a frades arrábidos franciscanos, em resultado do cumprimento de um voto de seu pai, D. João de Castro, quarto vice-rei da Índia.

Notável pela extrema pobreza da sua construção e pelo uso extensivo da cortiça na proteção e decoração dos seus pequenos espaços, materializa os ideais da Ordem de S. Francisco de Assis: a busca do aperfeiçoamento espiritual através do afastamento do mundo e da renúncia aos prazeres associados à vida terrena. De dimensões reduzidas, o convento foi edificado no respeito pela harmonia entre a construção humana e os elementos naturais pré-existentes: a construção divina. A sua rusticidade e austeridade são indissociáveis da vegetação envolvente, numa integração total com a natureza, até ao ponto de incorporar na construção enormes fragas de granito.

A mata que rodeia o edifício foi, durante séculos, acarinhada e mantida pelos religiosos que o habitaram, tendo sobrevivido à gradual desflorestação da serra de Sintra. Constitui, assim, um exemplo notável da floresta primitiva da zona, cuja composição florística o visitante pode identificar no percurso botânico proposto. Pela sua raridade, estado de conservação e porte de muitos exemplares, esta mata representa um significante valor natural que importa salvaguardar.

A exiguidade dos espaços, corredores e portas do convento, a humildade que se sente perante a intimidade e o despojamento do local, a penumbra do quotidiano destes religiosos e as belas vistas desta vertente da serra de Sintra que ali se podem observar, são experiências únicas que impressionam, há séculos, todos quantos aí se deslocam.

©PSML |Emigus

Em 1581, Filipe I de Portugal (II de Espanha) visitou o eremitério tendo, nessa altura, proferido a célebre afirmação de que, em todos os seus reinos, os dois sítios de que mais gostava eram o Escorial, pela sua riqueza, e o Convento dos Capuchos, pela sua pobreza:

De todos mis reinos, hay dos sitios que mucho estimo, el Escorial por tan rico y el Convento de Santa Cruz por tan pobre.

Abandonado em 1834, com a extinção das ordens religiosas que o regime liberal determinou, foi adquirido em 1873 por Francis Cook, primeiro Visconde de Monserrate, e em 1949, pelo Estado português.

Crucifixo na entrada do Convento dos Capuchos. ©PSML |Emigus

O Convento dos Capuchos integra-se na Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1995.

Fonte: Parque de Sintra

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